O que é a fitoterapia?
Fitoterapia é a utilização de vegetais em preparações farmacêutica (extratos, pomadas, tinturas e cápsulas) para auxílio ao tratamento de doenças, manutenção e recuperação da saúde.
Fitoterapia vem do idioma grego e quer dizer "tratamento" (therapeia) "vegetal" (phyton). O uso de plantas medicinais na fitoterapia vai desde as formas mais empíricas e tradicionais até as científicas.
A fitoterapia acompanha a humanidade desde os povos primitivos, que já utilizavam plantas medicinais para curar doenças, e hoje em dia vem ganhando cada vez mais popularidade no mundo todo.
Histórico
Os indícios sobre a prática da Fitoterapia são muito antigos e encontrados em todo o mundo. O primeiro manuscrito conhecido sobre essa prática é o Papiro de Ebers (1500 a.C.), que descreve centenas de plantas medicinais. No Egito, várias plantas são mencionadas nos papiros, e na Grécia, Teofrasto (372-285 a.C.), discípulo de Aristóteles (384-322 a.C.), catalogou cerca de 500 espécies vegetais. Hipócrates (460-361 a.C.), considerado o pai da medicina, utilizava drogas de origem vegetal em seus pacientes e deixou uma obra – Corpus Hippocraticum, que é considerada a mais clara e completa da Antiguidade no que se refere à utilização de plantas medicinais (ALMASSY JÚNIOR et al. 2005; ALONSO, 1998; WAGNER e WISENAUER, 2006).Durante muito tempo, as plantas medicinais foram utilizadas em rituais religiosos e na cura de doentes pelos curandeiros e feiticeiros.
O pensamento hipocrático estabeleceu uma concepção holística do Universo e do homem, visando o tratamento do indivíduo e não apenas da doença. Já na Idade Média, a concepção de mundo máquina levou à difamação daqueles que detinham o conhecimento sobre as plantas medicinais, considerados como bruxos e condenados à fogueira (ALMASSY JÚNIOR et al. 2005; ALONSO, 1998; ALVIM et al. 2006).
No mundo, a Fitoterapia desenvolveu-se dentro das Medicinas Chinesa e Ayurvédica. A Fitomedicina na Europa tornou-se uma forma de tratamento predominante. No Brasil, a terapêutica popular foi desenvolvida com as contribuições dos negros, indígenas e portugueses (ALMASSY JÚNIOR et al. 2005; ALVIM et al. 2006; WAGNER e WISENAUER, 2006). A partir do século XX, o desenvolvimento da indústria farmacêutica e os processos de produção sintética dos princípios ativos existentes nas plantas contribuíram para a desvalorização do conhecimento tradicional (ALMASSY JÚNIOR et al. 2005; ALONSO, 1998; WAGNER e WISENAUER, 2006).Ao final da década de 1970, a Organização Mundial da Saúde (OMS) cria o Programa de Medicina Tradicional, com objetivos de proteger e promover a saúde dos povos do mundo, incentivando a preservação da cultura popular sobre os conhecimentos da utilização de plantas medicinais e da Medicina Tradicional (BRASIL, 2006; WHO, 2002;)A OMS recomenda aos estados-membros “o desenvolvimento de políticas públicas para facilitar a integração da medicina tradicional e da medicina complementar alternativa nos sistemas nacionais de atenção à saúde, assim como promover o uso racional dessa integração” (BRASIL, 2006). Para isso, são necessários promover a segurança, eficácia, qualidade, acesso e uso racional dessas práticas (WHO, 2002). Em 1989 foi fundada a ESCOP (European Scientific Cooperative on Phytotherapy) – Cooperativa Científica Européia de Fitoterapia –, com os objetivos de estabelecer critérios harmônicos para o acesso aos produtos fitoterápicos, dar suporte para a pesquisa científica e contribuir para a aceitação da Fitoterapia na Europa (SCHILCHER, 2005).Em 1978, foi estabelecida a Comissão E, uma divisão da Agência Federal de Saúde da Alemanha que coleta informações sobre as plantas medicinais e as avalia de acordo com a segurança e eficácia. É responsável pelo registro e preparação de fitofármacos, processa os dados científicos funcionais das preparações das plantas e ervas medicinais para produzir monografias. A Comissão E combina dados científicos com conhecimento tradicional, e publicou cerca de 300 monografias (SCHILCHER, 2005; WHO, 1998).A OMS lançou três volumes de monografias de plantas medicinais, fruto de uma ampla revisão sistemática da literatura científica e revisão de especialistas do mundo inteiro, com objetivos de auxiliar a segurança e efetividade no uso da Fitoterapia nos sistemas de saúde (WHO, 1999; WHO, 2001; WHO, 2007). Em 2006, foi criado no Brasil o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, com objetivo de “garantir à população brasileira o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional” (BRASIL, 2006).
Conceito
A Fitoterapia é uma palavra que une dois radicais gregos: “phyton”, que significa planta, e “therapia”, tratamento. É a terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal (BRASIL, 2006).
Formas de atuação
As plantas medicinais possuem princípios ativos, ou seja, compostos químicos produzidos durante o metabolismo da planta, que lhe conferem a ação terapêutica (WAGNER e WISENAUER, 2006). Há diversas formas de utilização, que dependem da parte do vegetal a ser utilizada, do tipo de efeito desejado e da enfermidade a ser tratada (NA). As plantas medicinais podem ser utilizadas sob a forma de infusão, decocção, maceração, tintura, extratos fluido, mole ou seco, pomadas, cremes, xaropes, inalação, cataplasma, compressa, gargarejo ou bochecho (WAGNER e WISENAUER, 2006).
Contra-indicações
A utilização de plantas medicinais não é isenta de efeitos colaterais, interações medicamentosas ou contra-indicações. Apresentam substâncias que podem ser tóxicas, desencadeando reações adversas. Além disso, a utilização da dose incorreta, da parte da planta indevida ou auto-medicação errônea podem causar efeitos colaterais indesejáveis (TUROLLA e NASCIMENTO, 2006). São necessárias medidas de conscientização da população e educação dos profissionais de saúde para que o uso racional das plantas medicinais seja disseminado. Há grupos como crianças, idosos, lactantes, gestantes e portadores de doenças graves que merecem atenção especial e não podem utilizar a Fitoterapia de maneira indiscriminada, devendo levar em consideração as dosagens e contra-indicações. Além disso, é importante ressaltar que há possibilidades de interação medicamentosa entre a Fitoterapia e o uso de alopáticos, tornando ainda mais necessária a conscientização da população e o cuidado com a auto-medicação (NA).
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
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