Lendo o livro do Osho saúde emocional, me deparei com uma parte muito legal, vejam :
Alguém perguntou a ele : Às vezes eu me pergunto se realmente quero me livrar dos meus problemas, aceitá-los em vez de lutar contra eles. Eu sinto como se uma parte de minha identidade estivesse muito identificada com essa luta, a idéia de deixá-los de lado me assusta um pouco.
É verdade, as pessoas se agarram às suas doenças, se agarram às suas queixas, se agarram a tudo que as afligem. Elas vivem dizendo, “Isso é como uma ferida e eu gostaria que ela fosse curada”. Mas lá no fundo elas continuam criando feridas, porque, se todas as feridas forem curadas, elas têm receio de que também deixaram de existir.
Basta observar as pessoas, elas se agarram à sua doença. Falam sobre ela como se fosse algo que valesse a pena falar a respeito. As pessoas falam sobre doenças, sobre suas indisposições, muito mais do que falam sobre qualquer outra coisa. Ouça-as e você verá que elas gostam de falar sobre isso. Toda noite as pessoas me procuram e eu tenho de ouvi-las, durante muitos anos eu as ouço e fico olhando a cara delas. Elas estão adorando! São mártires... sua doença, sua raiva seu ódio este problema e aquele, sua ganância, sua ambição. E, quando você simplesmente olha, a coisa toda é uma loucura, porque elas estão pedindo para se livrar dessas coisas todas, mas, quando você olha no rosto delas, vê que estão adorando. Se esse problema realmente acabarem, com que elas vão se diverti? Se todas essas doenças acabarem e elas ficarem completamente curadas e saudáveis, não terão mais do que falar.
As pessoas vão ao psiquiatra e depois ficam falando sobre isso, contam que foram ao psiquiatra e tal e que estiveram com este professor e aquele. Na verdade, elas adoram poder dizer, “Nenhum deles acertou comigo. Eu continuo igual, ninguém consegue me mudar”. Como se elas ganhassem alguma coisa provando que nenhum psiquiatra conseguiu curá-la!
Ouvi a história de um homem que era hipocondríaco e falava o tempo todo das suas doenças. Ninguém acreditava nele, pois era examinado de todas as maneiras possíveis e não descobriam nada errado com ele. Mas todo dia ele se apressava em procurar o médico para dizer que estava com um problema grave.
Pouco a pouco o médico começou a entender o que acontecia com o homem. Sempre que ele ouvia alguma coisa, um comercial da TV sobre algum remédio, alguém falando sobre alguma doença, imediatamente sentia os sintomas da mesma doença. Se ele lesse sobre uma doença numa revista, imediatamente, no dia seguinte, ele estava no consultório médico doente, completamente doente. E sempre apresentava todos os sintomas. Então o médico disse a ele, “Não se preocupe tanto, porque eu leio as mesmas revistas que você e ouço os mesmos programas de TV e percebo que, no dia seguinte, você está aqui com os mesmos sintomas”.
O homem disse, “O que você está pensando? Que é o único médico da cidade?”
Ele parou de ir àquele médico, mas não parou de ter a mesma loucura sobre doença. Então morreu, como todo mundo um dia morre. Antes de morrer, ele disse à mulher para escrever umas poucas linhas no seu epitáfio, e elas ainda estão escritas lá. Em letras garrafais está escrito,
“ Agora vocês acreditam em mim?”
As pessoas vivem muito felizes com o próprio sofrimento. Eu também me pergunto às vezes: se todo sofrimento desaparecesse da face da Terra, o que as pessoas fariam? Elas ficariam tão desocupadas que simplesmente cometeriam suicídio. E observei que se ajudá-las a se livrarem de um problema, no dia seguinte elas voltariam com outro. Você as ajuda a sair de uma dificuldade e elas já preparam outra, como se estivessem apegadas ao sofrimento. Elas estão ganhando alguma coisa com ele, é um investimento que está valendo a pena.
Qual é o investimento? O investimento é que quando o sapato está apertando o seu calo, quando ele incomoda, você se sente mais vivo. Quando o sapato se ajusta perfeitamente, você simplesmente relaxa. Se ele cabe perfeitamente no pé, não só o pé fica esquecido como o “EU” também desaparece. Não pode existir nenhum “EU” com uma consciência bem-aventurada, é impossível! Só com uma mente infeliz o “EU” pode existir ; o “EU” não passa de uma combinação de todas as suas desgraças. Portanto, só quando está realmente pronto para abrir mão do “EU” você se liberta dessas desgraças. Ninguém pode ajudá-lo, porque você está num caminho que é autodestrutivo, que provocará a sua própria ruína.
Então na próxima vez que me procurar com um problema, primeiro se pergunte se você gostaria que ele fosse solucionado, porque, cuidado, eu posso lhe dar uma solução. Você está realmente interessado em resolvê-lo ou só quer falar sobre ele? Você se sente bem falando sobre ele.
Volte-se para dentro e pergunte. Você verá que todo o seu sofrimento existe porque você dá força a ele. Sem a sua força nada pode existir. Como você lhe dá a sua energia, ele existe; se não lhe der, ele não pode existir.
E quem está forçando você a lhe dar energia ? Mesmo quando você está triste, é preciso energia, porque, sem energia você não pode ficar triste.
Para que o fenômeno da tristeza aconteça, você tem de lhe dar energia. É por isso que depois da tristeza você se sente tão exaurido, sem forças. O que aconteceu? Na sua depressão, você não tava fazendo nada, estava simplesmente triste, por que se sente tão exausto e desvitalizado? Você pensava que sairia da sua tristeza cheio de energia, mas não.
Lembre-se, todas as emoções negativas precisam de energia, elas drenam você. E todas as emoções positivas e atitudes positivas são dínamos que produzem energia; elas criam mais energia, nunca drenam você. Se está feliz, de repente o mundo inteiro flui na sua direção com energia, o mundo inteiro ri com você. As pessoas estão certas quando dizem, “Ria e o mundo rirá com você. Chore e você chorará sozinho”. É verdade, é a mais pura verdade. Quando você é positivo, toda a existência continua oferecendo mais a você, porque quando você está feliz toda a existência fica feliz com você. Você não é um fardo, você é uma flor; você não é uma rocha, você é um pássaro. Toda a existência fica feliz com você.
Quando é como uma rocha, parado no lugar, cheio de tristeza, acalentando essa tristeza, ninguém está com você. Ninguém pode estar com você. É como se houvesse um abismo entre você e a vida. Então, seja o que for que esteja fazendo, você tem de despender apenas da sua própria fonte de energia. Ela se esgotará. Você está desperdiçando a sua energia, está se exaurindo por causa da sua própria insensatez.
Mas uma coisa é verdade: quando está triste e é negativo, você sente mais o ego. Quando está feliz, alegre, extasiaste, você não sente o ego. Quando está feliz e extasiaste, não existe nenhum “EU”. Você está ligado com a existência, não está separado dela; vocês estão juntos. Quando está triste, com raiva, cheio de ganância, voltado apenas para si mesmo e lambendo suas feridas, olhando para elas e brincando com elas, tentando ser mártir, existe um abismo entre você e a existência. Você é deixado sozinho e nessa solidão você sente o “EU”. Quando sente o “EU”, é como se toda a existência fosse hostil a você. Não que ela seja, só parece ser. Se você sente que todo mundo é seu inimigo, você se comporta de um jeito que faz com que todo mundo tenha de ser seu inimigo.
Quanto aceita a natureza e se dissolve nela, você se move com ela. A canção do todo é a sua canção, a dança do todo é a sua dança. Você não está mais separado dele. Você não sente que “EU sou”, você simplesmente sente que “O todo é . Eu sou só uma onda, indo e vindo, chegando e partindo, sendo e não sendo. Eu venho e volto, o todo permanece. E seu êxito por causa do todo, o todo existe por meu intermédio”.
Às vezes ele toma forma, às vezes se torna informe, dos dois jeitos é belo. Às vezes surge num corpo, às vezes desaparece do corpo. Ele tem de ser assim, porque a vida é um ritmo. Às vezes você tem de estar numa forma para depois descansar dessa forma. Às vezes tem de estar ativo em movimento, ser uma onda, e outra vez você vai para as profundezas e descansa, imóvel. A vida é um ritmo.
A morte não é o inimigo. Ela é só uma mudança de ritmo, a transição para outro ritmo. Logo você nascerá, vivo, mais jovem, mais cheio de vigor. A morte é uma necessidade. Não é você quem morre na morte; é só o pó que se acumulou à sua volta que é disperso. Essa é a única maneira de rejuvenesce. Não foi só Jesus que ressuscitou na existência.
Agora mesmo, a amendoeira lá fora perdeu todas as folhas velhas e outras novas estão nascendo no lugar. É desse jeito que acontece! Se a árvore se apegasse às folhas velhas nunca haveria outra nova e ela apodreceria. Por que criar um conflito? O velho acaba para dar lugar ao novo. Ele dá espaço, da lugar para que o novo aconteça. E o novo sempre virá substituí-lo e o velho sempre dará lugar ao novo.
Você não morre. Só as folhas mortas se vão, para dar lugar às novas.
Aqui você morre, lá você renasce; aqui você desaparece, lá você aparece. Da forma para o informe para a forma; do corpo para o não-corpo, do não-corpo para o corpo; movimento, descanso, movimento, esse é o ritmo. Se você perde o ritmo, não se preocupe com nada. Você confia.
...... e continua
domingo, 13 de setembro de 2009
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