Estudiosos espanhóis
chegaram à conclusão que Colombo era um marrano que secretamente escondeu sua
identidade judaica para ficar vivo. E o dia 21 de maio marca o 508º aniversário
da morte de Cristóvão Colombo.
Todo mundo conhece a história de Colombo. Ele
era um explorador italiano de Gênova que partiu em 1492 para enriquecer os
monarcas espanhóis com o ouro e especiarias do oriente. Porém não é bem
assim.
Por muito tempo os
estudiosos ignoraram a grande paixão de Colombo: a busca para libertar Jerusalém
dos muçulmanos.
Durante a vida de
Colombo, os judeus tornaram-se alvo de perseguições religiosas fanáticas. Em 31
de março de 1492 o rei Fernando e a rainha Isabel proclamaram que todos os
judeus deveriam ser expulsos da Espanha. O edito visava os 800.000 judeus que
não haviam se convertido, e deu-lhes quatro meses para fazerem as malas e
saírem.

Os judeus que foram forçados a renunciar ao
judaísmo e abraçarem o catolicismo eram conhecidos como "conversos", ou
convertidos. Havia também aqueles que fingiram se converter, praticando o
catolicismo na aparência, porém secretamente praticavam o judaísmo, os chamados
"marranos", ou suínos (porcos).
Dezenas de
milhares de marranos foram torturados pela Inquisição espanhola. Eles foram
pressionados a informar nomes de amigos e parentes, que foram exibidos às
multidões, amarrados a estacas e queimados vivos. Suas terras e bens pessoais
foram, então, divididos entre a igreja e a coroa.
Recentemente, uma série de estudiosos espanhóis, como
José Erugo, Celso Garcia de La Riega, Sanchez Otero e Nicholas Dias Perez, chegaram à conclusão que
Colombo era um marrano, cuja sobrevivência dependia de esconder todas as
evidências da sua origem judaica diante da brutal e sistemática limpeza
étnica.
Colombo, que era conhecido
na Espanha como Cristóbal Colón e não falava o italiano, assinou o seu
testamento no dia 19 de maio de 1506, e fez cinco curiosas - e reveladoras -
disposições. Dois dos seus
desejos - o dízimo um décimo da sua renda para os pobres e pagar um dote anônimo
para as noivas pobres - fazem parte dos costumes judaicos. Ele também determinou
que fundos fossem dados a um judeu que vivia junto ao portão de entrada do
Bairro Judaico de Lisboa.
Neste documento, Colombo usou uma assinatura
triangular de pontos e letras que se pareciam com inscrições encontradas em
túmulos nos cemitérios judeus na Espanha. Ele ordenou a seus herdeiros para
usarem a assinatura, em perpetuidade.

De acordo com o historiador britânico Cecil
Roth "A História dos Marranos", o anagrama era um substituto criptografado para
o Kaddish, a oração recitada na sinagoga por enlutados após a morte de um
parente próximo. Assim, o subterfúgio de Colombo permitiu que seus filhos
recitassem o Kadish pelo seu pai cripto-judeu quando ele morreu. Finalmente,
Colombo deixou dinheiro para o apoio às cruzadas que esperava que seus
sucessores empreendessem para libertarem a Terra Santa.
Estelle Irizarry, professora de linguística
da Universidade de Georgetown, analisou a linguagem ea sintaxe de centenas de
cartas manuscritas, diários e documentos de Colombo e concluiu que a linguagem
primária escrita e falada do explorador era o espanhol castelhano. Irizarry
explica que no século 15 o espanhol castelhano era o "iídiche" dos judeus
espanhóis, conhecido como "ladino". No canto superior esquerdo de 12 das 13
cartas escritas por Colombo para o seu filho Diego continham as letras
manuscritas em hebraico bet-hei, significando b'ezrat Hashem (com a ajuda de
D’us). Há séculos judeus observantes habitualmente adicionavam esta bênção nas
suas cartas. Nenhuma carta para outras pessoas tinham estas letras, e na carta
para Diego em que foram omitidas eram para serem entregues ao rei Fernando.
No livro de Simon Weisenthal do "Sails of
Hope", ele argumenta que a viagem de Colombo foi motivada por um desejo de
encontrar um refúgio seguro para os judeus por causa da expulsão deles da
Espanha. Da mesma forma, Carol Delaney, um antropólogo cultural na Universidade
de Stanford, concluiu que Colombo era um homem profundamente religioso cujo
objetivo era navegar para a Ásia para obter ouro, a fim de financiar uma cruzada
para retomar Jerusalém e reconstruir o Templo Santo para os Judeus.

Nos dia
em que se homenageia Colombo, os judeus acreditam que Jerusalém deveria ser
liberada e o Templo reconstruído para a volta do Messias.
Estudiosos apontam para a data em que Colombo partiu
como mais uma evidência dos seus verdadeiros motivos. Ele inicialmente estava
programado para partir no dia 2 de agosto de 1492, que coincidia com o feriado
judaico de TishB'Av, que marca a destruição dos Primeiro e Segundo Templos
Sagrados de Jerusalém. Columbus adiou esta data por um dia, para evitar embarcar
no feriado, o que teria sido considerado pelos judeus como um dia de azar para
zarpar. (Coincidentemente ou significativamente, foi a mesma data que foi
estabelecida para que os judeus, por lei, se convertessem, saíssem da Espanha ou
serem mortos).
A viagem de Colombo
não era como comumente se acredita, financiada pela rainha Isabella, mas sim por
dois conversos judeus e um proeminente judeu. Louis de Santangel e Gabriel
Sanchez adiantaram um empréstimo sem juros de 17.000 ducados dos seus próprios
bolsos para ajudarem pagar a viagem, assim como Don Isaac Abravanel, rabino e
estadista judeu.
Na verdade, as
duas primeiras cartas que Colombo enviou na sua viagem não eram para Fernando e
Isabel, mas para Santangel e Sanchez,
agradecendo-lhes pelo seu apoio e dizer-lhes o que ele havia
descoberto.
As provas parecem
confirmar um quadro muito mais complicado do homem para quem os EUA comemoram
com um feriado nacional e deu nome à sua capital.
Enquanto
testemunhamos o derramamento de sangue em todo o mundo em nome da liberdade
religiosa, é importante se ter outro olhar para o homem que navegou os mares em
busca de tais liberdades –desembarcando em um lugar que iria se realizar esse
ideal, nos seus fundamentos mais importantes.
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário