sexta-feira, 20 de junho de 2008

Lei da Atração

A verdadeira Lei da Atração está no nível de ser predominante em cada um de nós. Se o nosso nível predominante de ser é a condição de bêbado, estaremos junto aos bêbados. Se o nível predominante é de o da miséria interna, estaremos junto aos miseráveis. Nascemos no seio da família “N” por sermos iguais aos nossos familiares. Estudamos com os colegas “X” por sermos também semelhantes a eles. Moramos no local “Y” por termos pontos em comum com os moradores dali. Trabalhamos com as pessoas “Z” por sermos similares a elas.

O externo é o reflexo do interno. Para mudarmos o externo, devemos operar em nós profundas mudanças internas. Isto não significa mudar algumas idéias superficiais ou subjetivas. Aborda-se aqui uma mudança mais radical, uma mudança do nível de ser.

Atualmente, fala-se muito sobre a Lei da Atração. No mundo espiritualista, diz-se que se deve pensar em dinheiro para atrair dinheiro, que se deve pensar em riqueza para atrair pessoas afins e, com isso, mudar de vida.

O que as pessoas não percebem é que estão dando vazão à ganância, à luxúria, à avareza, ao orgulho, à vaidade, aos apegos, aos desejos, ao egoísmo, e que, desta forma, atrairão outros gananciosos, luxuriosos, avarentos, orgulhosos, vaidosos, apegados, desejosos, egoístas.

As pessoas distorcem a Lei da Atração segundo suas idéias, necessidades, defeitos, fantasias e ilusões, na ânsia de satisfazer seus desejos. Esta Lei, que os indivíduos deveriam utilizar para observar o meio em que vivem e se auto- conhecerem, está sendo banalizada, mal utilizada, ridicularizada. Isto mostra o nível de degeneração da nossa humanidade, e, uma vez degenerados, não atrairemos nada além de outros degenerados. Pode até ser que algumas pessoas consigam melhorar sua vida financeira a partir de pensamentos direcionados, mas enquanto continuarem a carregar o fardo dos egos dentro delas, continuarão a sofrer ou sofrerão ainda mais Muitos que buscam atrair prosperidade acabam por se auto-enganar e começam a negar a realidade.

Uma coisa é não cultivar pensamentos negativos e outra, muito diferente, é negar a realidade.

A Primeira Nobre Verdade do Budismo nos diz que o sofrimento é uma realidade humana. Dentro do sofrimento residem a raiva, as doenças, a mentira, a mágoa, o medo, a vergonha, a inveja, a tristeza, a rejeição, o desprezo, a indiferença, a perda, o ressentimento, a repressão, a ansiedade, a avareza, o apego, a exposição, o erro, a inferiorização, a humilhação, a infelicidade, o abandono, a dor.

Se negarmos esses sentimentos, emoções, sofrimentos, não seremos capazes de atrair prosperidade, pois estaremos praticando a mentira, o auto-engano, a falsidade. Ao contrário, o que iremos atrair são os enganadores, os mentirosos, os falsos. Frases positivas nada resolvem. Também são uma forma de negação da realidade, de auto-engano. Precisamos compreender a nós mesmos, compreender os nossos defeitos, as nossas misérias, os nossos sofrimentos. Precisamos morrer de instante em instante, de momento a momento. Estas práticas fazem parte da Terceira Nobre Verdade do Budismo, a Verdade da Extinção do Sofrimento.

O objetivo do ser humano saudável é livrar-se das misérias da vida, ao invés de cultivá-las, fortalecê-las ou prolongá-las.

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